Fundos quantitativos são fundos de investimento que fazem a gestão dos ativos com base em modelos matemáticos e algoritmos.
Utilizam técnicas computacionais e estatistícas para identificar padrões e assimetrias de preços dos ativos. Já estabelecido em outros países, esse modelo de gestão tem história recente no Brasil, desde 2008, e ainda é alvo de desconfiança de muitos investidores.
Com uma história muito recente no país, de acordo com dados da ANBIMA e CVM, em termos de patrimônio líquido, os fundos quant representam menos de 1% do total dos fundos multimercados no Brasil. Considerando os 12 entre os principais fundos quantitativos do mercado financeiro brasileiro (Kadima, Murano, Visia Zaratrusta, Rio Bravo, Pandhora, Canvas Vector, Constância, Claritas, AvantGarde, Giant Sigma, Maua Capital e Kapitalo Gaia), atualmente, eles somam aproximadamente R$ 8 bilhões de ativos sob gestão.
Juntos apresentam retorno médio acumulado de 388,6%, considerando a série histórica de 2008 até hoje, superando o retorno do IHFA (Índice de Hedge Funds ANBIMA), 294,5%, e da taxa acumulada de CD1, 216,1%, no período. Já considerando o intervalo de 2015 até hoje, os 12 fundos quantitativos apresentam um retorno médio acumulado de 101%, número superior ao retorno do IHFA, 94%, e à taxa acumulada de CD1 de 66,6%, no mesmo período.
Aqui apresentamos 9 mitos e verdades relacionados aos fundos quantitativos.
1. Mito: Todo o processo de criação de modelos matemáticos, aplicação de estratégias e gestão dos fundos é feito por robôs.
Verdade: As alocações dos ativos e execução dos trades podem ocorrer sem interferência humana, mas os modelos matemáticos e pesquisas são desenvolvidos por uma equipe de gestores.
2. Mito: A aplicação de técnicas computacionais dificulta o processamento de dados.
Verdade: O uso de técnicas computacionais permite que uma quantidade muito maior de dados seja processada e analisada ao mesmo tempo.
3. Mito: O Backtest indica precisamente quais estratégias serão ganhadoras e quais serão perdedoras.
Verdade: Backtesting é uma metodologia utilizada para medir a performance de um modelo utilizando os dados históricos dos ativos. Apesar de ser uma ferramenta importante ela tem limitações, e não deve ser utilizada sozinha para avaliar uma estratégia.
4. Mito: Se fundos tradicionais tiverem uma performance ruim em um período, fundos quant também terão.
Verdade: Fundos quantitativos tendem a ser descorrelacionados com os fundos tradicionais e com os principais índices de mercado. E por isso, provavelmente, não terão performance ruim juntos/no mesmo período.
5. Mito: A melhor escolha de fundo para investir é um que se saia bem em crises.
Verdade: É importante analisar como um fundo se comporta em diversos cenários, e não apenas em momentos de crise. Fundos quantitativos tendem a sofrer menos em períodos de crise dos mercados.
6. Mito: Com a automatização das decisões, é menos importante que se tenha uma equipe altamente qualificada
Verdade: É extremamente importante que haja uma equipe qualificada na gestão dos fundos, focada na melhoria e atualização de estratégias e modelos matemáticos.
7. Mito: Gestores quant se prendem aos resultados passados.
Verdade: Ainda que uma estratégia apresente um bom backtest, é necessário aplicar outros testes que garantam que esse resultado não foi sorte.
8. Mito: Em geral, fundos quantitativos apresentam baixa diversificação e descorrelação de ativos.
Verdade: A capacidade de processamento de um enorme volume de informações ao mesmo tempo (em todas as partes do mundo), permite aos algoritmos investir em diferentes tipos de ativos em qualquer mercado do planeta, minimizando as correlações.
9. Mito: Estratégias quant sempre são prejudicadas por aumentos de volatilidade.
Verdade: Muitas estratégias quantitativas aproveitam os picos de volatilidade dos mercados para maximizar seus ganhos.