De 1960 até 2023: Entenda a consolidação histórica desta ascendente classe de fundos.
A classe de fundos quantitativos é caracterizada por utilizar modelos matemáticos e algoritmos para identificar sinais de compra e venda de ativos. Este tipo de fundo está se tornando cada vez mais popular nos últimos anos mas, apesar da sua recente popularidade, a história dessa classe começa por volta da década de 60.
Em 1960, a ideia de implementar modelos matemáticos nas estratégias de investimentos começou a ser explorada de forma mais densa por pesquisadores e acadêmicos. Há muitas especulações sobre quem de fato iniciou os estudos sobre fundos quantitativos, alguns afirmam que esta metodologia foi originalmente implementada por Edward Thorpe, professor de matemática do MIT, gerente de Hedge Fund e jogador de BlackJack, fascinado por cassinos – que, por sinal, ficou bem famoso ficou bem famoso ao escrever livros com estratégias ganhadoras baseadas em contagem de cartas. Alguns anos depois, Thorpe adentrou o mercado financeiro, ao fundar o Princeton Newport Partners Fund, um fundo que usava algoritmos mais elaborados do que estavam sendo utilizados no mercado até então. Foi lançada, inclusive, uma biografia recente sobre a história deste fundo e a trajetória de Ed Thorpe, A Man for All Markets: Beating the Odds, from Las Vegas to Wall Street.
Outros dizem que o pioneiro foi Harry Markowitz, economista estadunidense que desenvolveu a Teoria Moderna do Portfólio, baseada na utilização de modelos matemáticos para otimizar a alocação de ativos na carteira de investimentos. Nesta teoria, investidores adversos ao risco conseguem construir seu portfólio para obter mais retornos a partir de um determinado nível de risco de mercado. O modelo permite encontrar o maior nível de retorno para para um certo nível de risco ou, alternativamente, o menor nível de risco para um dado retorno.
Em 1970, outra figura que ficou bastante famosa foi Ed Seykota, graças à sua entrevista no best-seller Market Wizards5. Sendo o primeiro trader a desenvolver em computadores um trading system para ser comercializado, Seykota trouxe inovação ao mercado, originando os backtests -teste de estratégia, onde é analisado o histórico de cotações de um ativo, para entender como o setup teria se comportado no passado – ,considerado fundamental na gestão quantitativa.
Independente das discussões sobre quem efetivamente foi o pioneiro nos estudos de fundos quantitativos, é inegável que esta classe de fundos se sofisticou e se consolidou durante as últimas décadas, principalmente no mercado internacional.
Em 1982, nasceu um dos primeiros e mais famosos fundos quant, fundado por Jim Simons, na gestora Renaissance, que desenvolveu algoritmos para prever movimentos de preços no mercado de commodities e moedas.
Com o passar do tempo, foram surgindo outros fundos quantitativos no mercado, que aplicaram técnicas semelhantes em diferentes mercados, como ações, derivativos e títulos.
É possível notar que a origem geográfica desta classe de fundos é nos Estados Unidos. O país possui um dos mercados financeiros mais maduros e robustos do mundo, o que impulsiona os investidores a buscarem inovações no mercado.
Atualmente, os maiores players do mercado quantitativo compõem a indústria norte-americana. As 5 principais gestoras – Millenium Management; Citadel Advisors; Bridgewater Associates; AQR Capital e Renaissance -acumularam mais de 1 trilhão de dólares sob gestão, segundo a plataforma HFM- With Intelligence.
O Mercado Quantitativo no Brasil
No Brasil, o cenário já é diferente. A gestão quantitativa representa menos de 1% da indústria. Atualmente, a grande maioria das gestoras do país ainda seguem o tradicional processo de investimento, conhecido como “gestão discricionária”, onde as decisões de investimento são tomadas pelo gestor.
Apesar de ainda ser pouco explorado, o cenário é extremamente promissor. Entre 2008 e 2017, a indústria quant no Brasil cresceu na taxa média mensal de 3,80%, enquanto o setor tradicional cresceu apenas 1,08%, segundo ANBIMA.
Há alguns aspectos que contribuem para o crescimento dessa classe de fundos:
- Maior acesso à informação sobre a indústria quantitativa;
- Sofisticação do investidor médio brasileiro;
- Crescente interesse por produtos de renda variável.
- A procura por produtos alternativos que diversifiquem a carteira do investidor.
Na Daemon, por exemplo, o fundo quantitativo sistemático Nous Global possui alguns benefícios, como a descorrelação em relação aos principais players do mercado e eventos nacionais, além de analisar ao mesmo tempo mais de 400 ativos e possuir 60% do risco alocado offshore.
Leia também o texto “Inteligência artificial e suas aplicações”.
Este artigo não é uma oferta, solicitação ou recomendação. É recomendável ler o regulamento do fundo disponível em www.cvm.gov.br, buscar aconselhamento profissional para fazer investigações independentes e ler os documentos relevantes da oferta do fundo e seu regulamento, cuidadosamente, antes de agir com base nas informações aqui contidas. A rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros. Os fundos de investimento não contam com a garantia do administrador, do gestor da carteira, com qualquer mecanismo de seguro ou com o Fundo Garantidor de Crédito– FGC. Este fundo não está disponível para investidores norte-americanos.